Afinal de contas, o que é Mindfulness?

Você já se pegou com a mente divagando entre preocupações do passado e ansiedades sobre o futuro, perdendo a oportunidade de desfrutar o momento presente? Se sim, você não está sozinho. A nossa mente tem a tendência de se envolver em pensamentos incessantes, muitas vezes nos impedindo de apreciar a beleza do agora. E é aqui que pode entrar o conceito do Mindfulness.

Mindfulness é uma prática milenar com origem nas tradições religiosas orientais, mais especificamente do budismo. Mindfulness é uma tradução da palavra “Sati”, da língua Pali (um dos idiomas nos quais os discursos de Buda foram escritos há cerca de 2.500 anos). “Sati” é de difícil tradução, já que se trata de um conceito amplo do Budismo. Ela abrange uma série de qualidades e princípios essenciais para a prática do Budismo, entre elas: atenção plena, lembrar ou recordar os ensinamentos de Buda, não esquecer valores e compromissos éticos, presença mental consciente (ações, palavras e pensamentos), autoconhecimento e autocontrole e a consciência da impermanência.

Mindfulness é uma palavra em inglês que pode ser traduzida como “atenção plena” ou “consciência plena”. É um estado da mente, uma maneira de viver que nos ajuda a trazer a atenção para o momento presente.

Por vezes, Mindfulness é associado com meditação, e isso não está errado, pois as meditações fazem parte das práticas de Mindfulness. Porém não é apenas meditando que praticamos Mindfulness. Podemos fazer isso em diversos momentos do nosso cotidiano.

Temos alguns aspectos sempre envolvidos quando falamos em Mindfulness:

  • Capacidade de estar atento
  • De estar no presente
  • De maneira intencional e curiosa
  • Com aceitação e sem julgamentos

Dessa forma, podemos dizer que temos 2 componentes fundamentais:

  1. A auto regulação da atenção – mantemos concentrados no que está acontecendo no momento, permitindo reconhecer nossos pensamentos, emoções e sensações físicas
  2. Abertura à própria experiência – reconhecer a realidade do que se apresenta para nós, com aceitação e livre de julgamentos

Essa capacidade de atenção pode ser aprendida e treinada no nosso cotidiano. Podemos trabalhar no “modo ser” ao invés de passar boa parte do tempo no “modo fazer”.

Passamos boa parte dos nossos dias realizando tarefas, muitas vezes de forma automática. E muitas dessas vezes, estamos fazendo algo e nossa mente está no futuro preocupada com a próxima atividade a ser executada, ou seja, não estamos presentes. Aqui estamos sempre no “modo fazer”. Mudar para o “modo ser” é um aprendizado de trazer a atenção para o que se apresenta em nossa vida naquele momento.

E ao trazer a atenção para o momento presente, vamos colhendo alguns benefícios:

  • Aprendemos a lidar melhor com nossas emoções
  • Fortalecemos a resiliência ao nos relacionarmos melhor com nossas experiências cotidianas
  • Lidamos melhor com  o estresse e a ansiedade
  • Podemos lidar melhor com dores crônicas
  • Temos mais atenção e foco nas tarefas
  • Estabelecemos conexões mais autênticas e significativas, estando presente e ouvindo com empatia
  • Trabalhamos a autocompaixão, reconhecendo nossas imperfeições e sendo mais gentil com a gente mesmo e com os outros
  • Conquistamos mais qualidade de vida

Obviamente que o Mindfulness não foi desenvolvido apenas para obter benefícios como os descritos acima, mas sim como parte essencial do desenvolvimento espiritual.

Com o passar do tempo, as práticas de Mindfulness vão modificando as perspectivas que temos da gente mesmo (o nosso “eu”) e também da nossa concepção de mundo ao redor. Isso também acontece nas práticas meditativas.

O “modo ser” vai ganhando amplitude, significado e importância. E não raro, o sentimento de conexão e pertencimento vai naturalmente crescendo. Isso faz com que nossa capacidade de enxergar o todo se amplie. Corpo, mente e espírito vão sendo conectados de maneira mais ampla. E nossa vida ganha mais qualidade.

No próximo post vou falar como podemos praticar Mindfulness no nosso dia a dia. Aguardem.


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